Quando se analisa o governo do prefeito Antônio Aiacyda é fundamental levar com conta os oitos anos em que esteve à frente do Palácio Tibiriçá, no período entre 2005/2012. Voltou ao poder este ano e encerra seu mandato em 2020.
Em todo esse tempo a cidade não conseguiu ter uma sequência de boas notícias e posturas avançadas. Reivindicações antigas, algumas de várias gerações, continuam sem solução e, pela forma como Aiacyda comanda a Prefeitura, dificilmente chegarão a bom termo.
Nunca é demais lembrar que a Câmara de Vereadores também colabora para esse estado de coisas, pois seus integrantes muito pouco sabem do ofício e não demonstram interesse em saber. Aprova-se aquilo que o Executivo quer.
O atraso experimentado pela cidade é constrangedor. Fica ainda mais visível quando cotejado com as cidades vizinhas, que nos últimos anos apresentaram um desenvolvimento de fazer inveja.
Mairiporã é governada com um Plano Diretor meia-boca, que dificulta as ações em relação ao uso e ocupação do solo e da política sustentável de APAS (Áreas de Proteção Ambiental), que cobrem 80% da cidade. Também não conta com um moderno Código de Obras e Posturas, nem uma Planta Genérica de Valores que promova justiça tributária entre os contribuintes. Nesse particular, não é surpresa verificar que a dívida ativa (impostos não pagos) ultrapasse a casa dos R$ 200 milhões, ou seja, praticamente o orçamento de um ano inteiro.
Outro retardo monumental faz referência ao funcionalismo público. A inexistência de um Plano de Cargos e Salários é um crime que se comete com aquilo que a administração tem de mais valioso: os seus servidores. É flagrante o desrespeito aos concursados, que são mal pagos e não têm nenhum incentivo para avançar em seus conhecimentos, e ainda obrigados a conviver com uma penca de apadrinhados políticos nomeados em cargos comissionados, que produzem nada e ganham muito.
Quando o assunto é o Poder Judiciário, a cidade também se mostra atrasada. O Fórum data de 1969 e nunca recebeu um metro quadrado sequer de ampliação. Conta com apenas duas Varas Judiciais, a última instalada no início dos anos 1980. De lá até hoje, a população triplicou. Isso gera más condições de trabalho a juízes, promotores e serventuários, aos advogados e à própria população. Assunto que também deveria interessar aos poderes Executivo e Legislativo, mas que nunca passaram de mera referência em um ou outro discurso.
Para que a cidade consiga um mínimo de avanço, há muito a ser feito. Os passos iniciais deveriam ser dados pelo prefeito e vereadores, para que Mairiporã, num espaço de tempo não muito distante, não se transforme num bairro de periferia de São Paulo.