Coluna do Correio

  FRASE

“A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.” (Machado de Assis, escritor e maior nome da literatura brasileira)

SEGMENTO (I)

Se tem um segmento da sociedade brasileira que não dá qualquer importância à política, é aquela formada por jovens. E não há que se lhes tirar a razão. No Brasil, de uns bons tempos a esta data, política é sinônimo de palavrão. Daí que agora o TSE resolver fazer campanha na televisão para que os jovens com 16 e 17 anos tirem o título de eleitor. Pode ser até que um pequeno contingente responda positivamente a isso, mas garantir que vão aparecer para votar, é uma outra história.

SEGMENTO (II)

Trazendo essa situação para Mairiporã, dados oficiais revelam que jovens com 16 e 17 ano inscritos e aptos a votar, somam 250 pessoas. Isso mesmo, 0,47% do total do colégio eleitoral do município. Ou seja, um pingo no oceano. E que não se imagine que a faixa etária imediatamente acima, entre 18 e 20 anos, está em patamar muito superior. Apenas 4,6% do total. Em tempos de tecnologia avançada e redes sociais para todos os gostos, política é o que menos interessa aos jovens. E da forma como é praticada no País, razão cabe à juventude em ignorá-la.

CANDIDATOS

Pelo andar da carruagem nenhum dos ocupantes de cargos eletivos na cidade preetende se candidatar às eleições de outubro vindouro. Nem o prefeito, nem o vice, nem secretários demonstraram interesse na empreitada, assim como os vereadores. Pelo silêncio e sem qualquer movimentação dos partidos, todos vão cumprir o tempo de mandato para o qual foram eleitos. Vários fatores foram considerados nesse absoluto desinteresse: colégio eleitoral insuficiente; falta de recursos financeiros e olhos voltados apenas para a reeleição, em 2024. Por outro lado, e isso é quase uma certeza, atuais deputados e novos postulantes já estão a buscar apoio de prefeito e vereadores. E não será surpresa se algum ex-vereador se dispuser a dobrar com algum deputado apenas para levantar uns trocos e arrumar palanque para 2024.

NO NINHO (I)

Conversas de bastidores, muitas registradas aqui neste espaço, garantem que o prefeito Aladim vai apoiar o atual vice, Rodrigo Garcia, para a eleição de governador do Estado. O chefe do Executivo diz que fidelidade partidária é uma obrigação, especialmente no caso em questão, em que Dória e Garcia privilegiaram Mairiporã com obras e recursos financeiros que estão sendo investidos em infraestrutura. Conclusão: o prefeito não vai sair do ninho tucano.

NO NINHO (II)

Uma das mais expressivas lideranças do PSDB ao longo de mais de três décadas, o ex-governador Geraldo Alckmin se filiou ao PSB e perdeu apoio na cidade por conta de sua provável dobradinha com o ex-presidente Lula. Para a maioria do tucanato local, Alckmin rasgou sua biografia e a jogou no lixo com essa união com os petistas.

BANCOS

Milhares de municípios estão incomodados com o tratamento que as agências bancárias dispensam aos clientes e o público em geral. Em muitas localidades foram aprovadas leis com multa de até R$ 50 mil para quem não cumpre o limite de tempo estabelecido para atendimento. Algumas cidades falam até em cassar o alvará de funcionamento em caso de reincidência. Resta saber se as agências vão cumprir ou dar de ombros, como vem fazendo há muitas décadas e se o município tem algum poder de decisão, o que sempre é contestado pela Febraban (Federação dos Bancos).

ENXURRADA

Com a liberação de mais 5% na oferta de consignados a aposentados e pensionistas, celulares não pararam de tocar desde segunda-feira. Eram instituições financeiras oferecendo mundos e fundos a quem solicitar empréstimo nessa modalidade. São ofertas generosíssimas na maioria dos casos. É aí que mora o perigo.

OS PREÇOS

Desde sempre existiram zilhões de justificativas para os aumentos abusivos de preços no Brasil. Nestes últimos tempos, o clima, o preço do petróleo no mercado internacional e a guerra na Ucrânia tem sido ‘a bengala’ das autoridades. E de conversa em conversa, o trabalhador brasileiro se priva de muita coisa para continuar comendo. E comendo cada vez menos. Depois dos serviços públicos, dos combustíveis e dos alimentos, a bola da vez, desde esta sexta-feira, são os remédios. Ou seja, mesmo forçado a comer menos, pela carestia, ao cidadão também é proibido ficar doente.

VALE A PENA?

Foi-se o tempo que a escolha de ter ou não um carro na garagem era questão que envolvia toda a família. Discutiam-se modelos, cores, se zero ou usado, quantas portas, etc. Hoje, com os estratosféricos preços dos combustíveis, a questão ficou reduzida apenas a uma indagação: vale a pena ter carro? A dica é que tudo o que envolva o veículo tenha os custos colocados no papel para saber se de fato ser dono é realmente necessário ou se a propriedade está fazendo perder dinheiro. O sonho de consumo de todo o brasileiro, depois da casa própria, virou pesadelo.