Não nasci em Mairiporã. Vim de São Paulo para cá e como todos aqueles que aqui chegavam, era chamado de forasteiro. Mas gostei tanto da cidade que aqui finquei raízes e já moro aqui há mais de 50 anos.
Mairiporã aniversaria neste domingo, completando 133 anos de fundação. É bastante tempo, tempos em que a antiga Vila de Juqueri era formada, além da aldeia pitoresca, por três outras localidades que com o passar dos anos também viraram municípios: Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Morato.
Dentre os quatro, Mairiporã é o mais bucólico sem a menor sombra de dúvidas, o mais privilegiado pela exuberante natureza e que ficou conhecida nos anos 1960 como a capital nacional do tijolo.
Como advogado, lembro-me da transformação em Comarca, em 1969, fato que devemos ao prefeito da época, Luiz Salomão Chamma e ao saudoso dr. Ezar Zacarias André. Dois anos antes nascia aqui a antiga Comasp, que hoje é a Sabesp, que mudou radicalmente a vida cotidiana e pacata dos moradores.
Aos poucos deixou de ser a indústria de tijolos para abrigar pequenas chácaras, tamanha a quantidade de loteamentos aprovados em razão da represa Paiva Castro. Virou um município de descanso semanal, onde era aprazível passar o final de semana, longe do estresse da capital.
O tempo avançou bastante desde então e hoje somos reconhecidos como um recanto turístico, onde ainda se pode curtir a natureza.
O distrito de Terra Preta, acompanhando todo esse crescimento, se transformou em um distrito industrial e hoje concentra a maioria dos empregos formais da cidade.
113 anos se passaram, e nesse período centenário, já se vão 72 anos de emancipação política. Demorou muito, mas a cidade cresce e já vislumbra melhores dias. Morar em Mairiporã é um presente de Deus e por isso os parabéns são a todos aqueles que aqui vivem.
Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988