A expectativa de que o avanço da vacinação contra o coronavírus seria motivo para impulsionar todas as atividades País afora, em especial a econômica, não se concretizou. Longe disso!
Estamos atravessando uma fase difícil, sem perspectivas de melhora e um grau de desânimo poucas vezes visto nos setores produtivos.
A primavera, que é uma estação sempre bem-vinda, a mais florida do ano, não se mostra suficiente para pôr fim à estiagem e aos muitos problemas que dela advém, como a seca, a falta de água e de energia elétrica, cujos serviços tiveram seus preços elevados às alturas.
A esse quadro somam-se aumentos escandalosos nos combustíveis, em especial no gás de cozinha, obrigando a milhares de brasileiros a improvisar fogões à lenha, ao uso de álcool (sempre perigoso) para o preparo dos alimentos. E estes, por sua vez, dispararam de tal forma que levaram o consumidor a comprar menos, diante de produtos caríssimos, como carnes, feijão, hortifrúti e outros gêneros de primeira necessidade.
Se isso tudo não bastasse, o desemprego segue forte, a economia patina, o dólar sobe, as bolsas de valores caem, um miado de gato desafinado na China abala todo o planeta, enfim, difícil saber que caminho tomar, o que fazer, a quem recorrer.
Faltam menos de duas semanas para o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro. A maioria dos pais, com certeza, não comprou e nem vai comprar presentes. Mais grave que isso é fazer os pequenos entenderem esse momento difícil, que deveria ser de alegria. E não vão entender nunca. Afinal, problemas quem resolve são os adultos.
Caro leitor, estamos vivendo tempos sombrios, com pouca ou quase nenhuma luz no fim do túnel.
Para completar esse obscurantismo, as eleições estão chegando e, pelas prévias, prometem ser as mais sujas da história deste pobre País. Pior: com os mesmos ingredientes de sempre, cujos resultados conhecemos à sobejo, ou seja, ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.
Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988