Carlos Drummond publicou em 1942 o poema “E agora, José”, enaltecendo o sentimento de solidão e abandono, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.
A meu ver se enquadra adequadamente no que restou do empenho do nosso presidente ao promover os atos políticos com pautas antidemocráticas do nosso 199º aniversário do Dia da Independência.
Isolado politicamente, contou apenas com as presenças de seus ministros e de seus tradicionais apoiadores em Brasília e, em São Paulo, discursou para 125 mil pessoas na Paulista, segundo PM, na esperança de se manter no cargo no grito.
Com ameaças ao STF determinou ao seu presidente Ministro Fux que se não enquadrar o seu colega ministro do STF, Alexandre de Moraes, “esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”. Desconhece ou se faz de esquecido que os ministros do STF, por coerência e autonomia determinada pela Constituição, não tem chefias e seguem rigorosamente a Carta Magna do Estado Democrático de Direito. O presidente do STF não tem essa autoridade e nem essa prerrogativa. Joga para sua plateia fanática.
Nosso ordenamento jurídico constitucional não dá essa prerrogativa de intimar outro poder ao presidente da República, eleito por votos da maioria popular, também definido pela Constituição. Como pretende fazer o STF “sofrer aquilo que nós não queremos”? Está explicito o teor golpista indicando um desvio acentuado de comportamento.
Evidentemente o STF deverá responder com firmeza essas afirmações descabidas no vigente Estado Democrático de Direito, construído pelo povo brasileiro.
Destaca-se que ¾ da população brasileira desaprova a atuação do governo federal. No início da noite desse 7 de setembro ouvimos as panelas vazias sendo usadas para manifestações repudiando o atual governo.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)