Se cada um fizer…

É inacreditável a velocidade com que as informações e desinformações sobre a pandemia são espalhadas País afora. A novidade agora se chama “terceira onda” da Covid-19, cujos alertas tem sido feitos por ‘especialistas’. O mais intrigante nessa previsão, é que nem a primeira onda foi debelada na maioria dos estados, ou seja, ainda esperam a chegada da segunda, e a conversa evoluiu para uma terceira.

Já lembramos aqui, que raros são os que emitem opiniões sensatas, calcadas na realidade da doença. A maioria é formada por videntes, palpiteiros e gente com diploma em medicina a despejar sandices em programas de televisão. E cabe dizer que a TV também dá a sua inestimável colaboração, quando entrevista essas obscuras figuras, e noticia com ‘satisfação’ (pelo menos é essa a impressão que passa) os recordes de casos e mortes pelo coronavírus.

De volta à terceira onda, os ‘especialistas’ dizem que dentre os gatilhos que podem detonar essa nova sequência de casos está o Dia das Mães, que será comemorado no dia 9 de Maio. Tomaram por base as festas de final de ano, como a dizer que a data enseja o contato entre as pessoas. E vão além, que a data amplifica aglomerações no comércio de rua e shoppings.

Na semana passada a Coluna do Correio fez uma citação interessante: estaríamos todos condenados a morrer da doença, de fome, ou de ambas?

A incompetência das autoridades é que aceleram o processo de transmissão do vírus. Já se tentou de tudo: lockdowns, fases restritivas, fechamentos em horários alternados, caça aos insubordinados, aumento no número de vacinados, conselhos, rezas, enfim, um repertório que parece não fazer efeito.

Se a ignorância e a desinformação aos preceitos científicos (muitas vezes confusos), são potenciais focos da Covid, aos governantes também deve ser creditada maior parcela de culpa.

Politizar e judicializar a pandemia, como fizeram, parece mais cômodo para as autoridades do que enfrentar hospitais, falta de leitos, de medicamentos e de vergonha na cara.

Um simples exemplo: a Prefeitura de Mairiporã, sem condições financeiras, está bancando em torno de 65% das despesas com o hospital de campanha no Anjo Gabriel, que é obrigação do Estado. Não fosse a sensibilidade política e o espírito humanista do prefeito, e a instituição já estaria de portas fechadas e a população sem ter a quem e onde recorrer.

O que mais se ouve e vê é aquele velho e surrado conselho: “Se cada um fizer a sua parte, será menos difícil”. Que tal começar pelos governos estadual e federal?