OS CONSECUTIVOS aumentos no preço da gasolina nas refinarias anunciados pela Petrobras estão pesando no bolso do consumidor. De janeiro até anteontem (21), o valor médio da gasolina nos postos de Mairiporã teve aumento de 27,3%. Se em janeiro a gasolina era vendida em média, a R$ 4,31, esta semana o consumidor paga R$ 5,49, diferença de R$ 1,18 o litro.
Na semana passada a Petrobras estipulou novo aumento, de 1,9% para as refinarias, chegando a R$ 2,64 o litro, cerca de 43,5% mais alto do que em janeiro. A estatal justifica os reajustes dos preços, usando como parâmetro os valores de acordo com o preço internacional do barril de petróleo, para garantir paridade, e a variação do dólar.
Em relação ao etanol, em Mairiporã os postos cobravam R$ 3,39 em janeiro e agora R$ 3,99, ou seja, 17,6% mais caro, diferença de R$ 0,90 por litro.
A Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres, destaca que o critério de reajuste é o principal causador da alta dos preços, pois leva em conta a cotação do barril de petróleo, que é regulada pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), variando conforme o cenário político mundial. Diz ainda que o encarecimento não apenas pesa no bolso do consumidor, mas também prejudica os postos de combustíveis.
Impacto – Donos de postos, por sua vez, observam que o movimento segue bem abaixo desde o início da pandemia, uma vez que as pessoas estão saindo menos de casa. Com a alta da gasolina e a diminuição do poder de compra da população, o movimento caiu ainda mais e revendedores estão trabalhando com 60% a 70% da capacidade.
Analistas, por outro lado, avaliam que é grande o impacto, pois as despesas se mantém, porém a receita vai em sentido contrário, já que os custos são os mesmos e às vezes maiores com água, luz e funcionários. “Se não houver repasse dos reajustes ao consumidor, não existe lastro para bancar esses sucessivos aumentos”, assinalam.
Os preços praticados na cidade foram levantados junto a sete postos em Mairiporã e Terra Preta, e em março foram maiores que os praticados agora em abril. (Foto: Divulgação)