Os números assustam: 23,2 pessoas contaminadas e 0,5 morte em decorrência da Covid-19 por dia, em Mairiporã. Esse é o retrato cruel da pandemia do novo coronavírus de janeiro a março deste ano, com uma segunda onda muito mais agressiva e letal que a primeira.
No ano passado, a média na cidade foi de 0,3 morte por dia e 9,7 contaminados. Ou seja, a doença está duas vezes e meia vezes mais letal neste começo de ano do que em 2020.
O resultado da alta da pandemia é o colapso no sistema de saúde, com hospitais lotados, falta de insumos básicos (oxigênio e remédios para sedação) e aumento de internações e mortes. Março terminou com 14 de vítimas fatais, número só menor do que o registrado em janeiro, que 21 pessoas foram à óbito.
De janeiro até 31 de março, foram 41 pessoas mortas e 2.088 casos confirmados da doença, números acima de todas as outras médias e sem qualquer paralelo na história da cidade, considerando as mortes por causas externas (homicídios, acidentes de trânsito). A taxa de letalidade nos primeiros três meses deste ano é de 1,96%. Em dez meses de 2020, esse percentual era de 3,26%. Na progressão, esse percentual será alcançado em apenas mais um trimestre.
Médicos infectologistas são unânimes em dizer que insistir no isolamento social é o caminho, pois o perigo e a dinâmica da Covid-19 mostra que pensar em segurança neste momento é ilusório.
Mairiporã tem 16% do total de mortes por Covid-19 na região e 18,7% do total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, Nos cinco municípios (Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Cajamar), 26.460 casos confirmados e 839 óbitos, desde março de 2020.
A pandemia se concentra nos maiores centros urbanos e essas cidades acabam por dispersar a doença para médios e pequenos municípios, segundo os médicos.