O LITRO do etanol também está pesando mais no bolso do consumidor. Com o aumento no preço do diesel e gasolina, o combustível também ficou mais caro.
Na média dos cinco postos de Mairiporã, o valor do reajuste chega a 4,88% de aumento, com variações que vão de R$ 4,09 a R$ 4,29 o litro. Em relação a fevereiro, o reajuste foi de 16,5%. No final daquele mês o litro do combustível era vendido a R$ 3,68.
Com os preços mais pesados e em meio à pandemia da covid-19, o consumidor não gosta do que vê nas bombas da cidade. Em alguns casos, consideram o valor abusivo.
“Um aumento muito grande. Na situação toda que nós vivemos, isso está fora da realidade, tem sido abusivo”, resume o mecânico Carlos Eduardo Martins.
Pesado para o consumidor e também para proprietários de postos de combustíveis, explica um gerente.
“Reclama o consumidor e a gente também. Conseguir segurar o preço, neste momento, é impossível. É revoltante para todas as partes”, resumiu um dos gerentes que não quis se identificar.
A gasolina também disparou e os preços variam de R$ 5,29 (o menor) a R$ 5,59 (o maior), aumento de 24,5% na comparação com fevereiro, 9,8% se comparado com o início deste mês e 3,7% em relação à semana passada.
Impacto – Com uma fase mais restritiva de circulação e funcionamento dos serviços por causa da pandemia, um dos setores impactado é o de entregas.
Em uma empresa especializada na cidade, a expectativa é de que ocorra impacto de cerca de 10% em cima do custo do frete cobrado do consumidor.
“As motos andam em torno de 120 a 150 quilômetros por dia. A cada dois dias eles têm que abastecer e os carros também, depende da rota que fazem, em média dois dias enche o tanque. Não tem mais como segurar reajuste e calculamos 10% em cima do custo do frete”, disse um motoboy.
A reportagem conversou com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), sediada em São Paulo, que informou que quando o preço da gasolina sobe, mais motoristas abastecem com etanol, a demanda aumenta e como o mercado é livre o preço acaba subindo, especialmente na entressafra.
A Única esclarece ainda que se trata de um efeito de oferta e demanda, já que o biocombustível é negociado no mercado internacional.