Prefeito de Colatina não será reeleito

Sérgio Meneguelli, prefeito da cidade capixaba de Colatina, está com 64 anos. Atualmente filiado ao Republicanos, foi eleito em 2016 depois de uma campanha quase desacreditada, chegando a cair do carro enquanto comemorava a vitória. Virou notícia nacional antes mesmo de assumir o mandato que ocupa desde 2017.

Sua ascensão e popularidade são impressionantes, principalmente por meio das redes sociais. Sua fama viralizou e se espalhou por todo Brasil, como referência de homem público que trabalha e político que não rouba. Meneguelli não ficou apenas despachando em seu gabinete, mas foi às ruas ao encontro da população, por vezes colocando literalmente as mãos na massa e gostando de ser chamado de servidor público com cargo de Prefeito. Criticado em diversas oportunidades e rotulado como popularesco, foi calando um a um de seus oposicionistas, não apenas com gestos de efeito, como manipular a terra sendo flagrado por celulares e tendo vídeos publicados na internet. Não bastasse, conseguiu organizar as contas públicas e proporcionar melhorias nos pisos salariais do funcionalismo, demonstrar desenvolvimento em diversas áreas, bem como iniciar e terminar obras de infraestrutura em tempo recorde, como não se via naquela região e quase não se vê em canto nenhum do país, sem que esteja atrelada a suspeitas de propinas e corrupção.

O município do interior do Espirito Santo, com pouco mais de 120 mil habitantes, deve terminar o ano entre as dezesseis cidades a ter o esgoto tratado em sua totalidade, o que para os índices nacionais, por si só, já seria razão suficiente para considerar que fez de sua gestão um exemplo de planejamento.

Depois de gerar centenas de novos empregos, colocar Colatina no mapa do Brasil e contar com quase nenhuma rejeição, Meneguelli, que traz estampado os dizeres: “Eu amo Colatina” como peça do vestuário em muitas aparições, declarou que não é candidato a prefeito na eleição do próximo dia 15 de novembro. Argumentou que é preciso ser coerente com o que se propôs. Que foi eleito para quatro anos de mandato e não considera justo um prefeito utilizar a máquina pública em sua campanha, já que desta forma a disputa seria desleal. Chegando às lágrimas, se diz com vontade de continuar à frente do poder executivo, mas que isso seria desonesto.

Como tudo é sempre controverso e como diria Nelson Rodrigues “Toda unanimidade é burra”, a decisão tem sido razão de discussões e até mesmo a imagem coerente até então, suscita questionamentos, visto que a reeleição foi pensada justamente para que os bons trabalhos pudessem ser valorizados e tivessem continuidade. Está claro a todos que ao menos neste caso, a continuidade de Sérgio Meneguelli não estaria atrelada a algum tipo de vantagem por já ser o prefeito, mas sim pelos resultados concretos que seu trabalho apresentou a cidade que governa. Ele tem sido considerado o melhor prefeito do Brasil. Um novo mandato favoreceria a vontade popular, que é princípio democrático primordial, além de obedecer a todas as prerrogativas legais.

É preciso lembrar ainda que o próprio Sérgio Meneguelli ocupou também a cadeira de legislador, sendo vereador eleito e reeleito em duas oportunidades. Qual seria então a diferença agora, já que na condição de Vereador atuou por três mandatos? A intenção de não concorrer em 2020 teria relação com o pleito daqui a dois anos, onde escolheremos novos deputados, senadores, governadores e o presidente? Perguntas pertinentes quando a política está desacreditada na sociedade e que surge um nome que consegue fazer a diferença. Se não é possível agradar a todos é inquestionável que Sérgio Meneguelli não será o Prefeito de Colatina no ano que vem e que se tornou ícone e maior referência política e com apelo popular dos últimos tempos.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb