Um problema que mexe principalmente com a segurança das pessoas está com tendência de alta na cidade: desrespeito à faixa de pedestre por parte dos motoristas. Durante uma semana, por quase duas horas diárias, a reportagem do Correio Juquery observou o comportamento daqueles que dirigem veículos automotores e constatou o problema, que precisa ser combatido pelas autoridades de trânsito. No período, 56% dos motoristas não priorizaram a preferência do pedestre.
Ao pedestre, completamente entregue à própria sorte, cabe redobrar a atenção e tentar adivinhar qual vai ser o comportamento do motorista ao atravessar a faixa, pois caso contrário fica sujeito a atropelamento.
O levantamento feito pela reportagem se deveu ao crescente número de reclamações, pois as muitas faixas brancas espalhadas pelo município parecem não ser suficientes para que motoristas e motociclistas respeitem a preferência daqueles que estão caminhando e precisam cruzar ruas e avenidas. Em alguns locais, no centro da cidade, motoristas aceleraram em direção à faixa de pedestres, impedindo a passagem do traseunte. Há situações em que o motorista freia, já em cima da faixa.
A lei – Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), nos locais de sinalização de travessia os pedestres têm a prioridade na passagem, mas em Mairiporã essa regra, pelo menos para 56% dos condutores de veículos, não é seguida à risca.
Não observar a preferência ao pedestre é uma infração gravíssima, que gera sete pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 293,47.
De acordo com especialistas em mobilidade urbana, cumprir as regras estabelecidas é uma forma de boa convivência entre todos, pois o trânsito é um espaço compartilhado, o que sugere que uma ação equivocada de um, pode representar transtornos aos demais. Motoristas devem sempre se lembrar que a prioridade é do pedestre, que tem garantido o direito de se deslocar com segeurança nas vias públicas.
Nenhuma multa – Em janeiro último, o Correio Juquery publicou uma reportagem sobre a tipificação de multas de trânsito aplicadas em Mairiporã, que em 2022 totalizou 7.747.
Foram autuações por falta de cinto de segurança, avançar sinal vermelho, estacionar em local proibido, estacionar sem o cartão rotativo (zona azul) e dirigir e falar ao celular. Nenhuma foi aplicada por desrespeito à faixa de pedestre.
A questão agora é saber porque o Departamento de Trânsito não fiscaliza as infrações cometidas nas faixas de pedestre, já que não se observou nenhum apontamento nas autuações registradas durante todo o ano passado. (Da Reportagem – Foto: Marcelo Camargo/ABR)