23% das calorias diárias consumidas em Mairiporã são de alimentos ultraprocessados

Um estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) revelou que o consumo de ultraprocessados no Brasil varia entre os municípios. Se em Florianópolis (SC) 30,5% das calorias diárias são desses produtos, em Aroeiras do Itaim (PI) essa porcentagem é de apenas 5,7%.
Os ultraprocessados incluem alimentos e bebidas industrializados com baixo valor nutricional, se tornaram populares devido à sua conveniência. No entanto, estão associados a um aumento no risco de 32 problemas de saúde, como obesidade e diabetes tipo 2. A pesquisa, publicada na Revista de Saúde Pública, analisou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares e do Censo Demográfico do IBGE, evidenciando uma grande heterogeneidade no consumo entre as regiões do Brasil.
A região Sul é a que apresenta os maiores índices de consumo, superando a média nacional de 20%. A urbanização também influencia, já que cidades rurais apresentam estimativas mais baixas. O aumento do delivery e a falta de tempo para cozinhar são fatores que contribuem para essa tendência.
Cidades – Em Mairiporã, segundo os dados, 23% de calorias desses produtos são consumidas diariamente. Nas demais cidades da região, Franco da Rocha (23%), Francisco Morato (22,9%), Cajamar (23,3%) e Caieiras (23,9%), médias maiores que a nacional, que é de 20%.
Os ultraprocessados são frequentemente ricos em açúcar, gordura de má qualidade e sódio, mas pobres em nutrientes essenciais. Estudos mostram que o consumo frequente desses alimentos está ligado a um maior risco de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares.
Os autores do levantamento sugerem que devem existir mais medidas de educação alimentar, restrição de publicidade para crianças e implementação de impostos maiores sobre os ultraprocessados, como ocorre em outros países. (Salvador José/CJ – Foto: Pixabay)