Ao passar no domingo pela rotatória de acesso à cidade, apenas uma saidinha rápida, de carro, para uma reciclada em tempos de quarentena, me deparei com um monumento construído no local, diga-se de passagem de extremo mau gosto, que me chamou a atenção.
Primeiro, pelo dinheiro gasto numa obra que não tem qualquer serventia à população; depois pelo ‘monstrengo’ que lá colocaram e por último o slogan ‘Eu amo Mairiporã”. Nâo saberia enumerar, pela ordem de importância, qual dos três atos é o pior.
A rotatória faria bem para toda a cidade se seu tamanho fosse reduzido e com isso criasse a possibilidade de mais pistas de rolamento para desafogar o tráfego de veículos que castiga a cidade. Daria fluidez ao trânsito. A cidade ter aquilo que lá está não tem a menor importância para o dia a dia da nossa coletividade. Se não existisse, ninguém notaria, até porque não se frequenta aquele local. Nem de dia e menos ainda à noite. Dinheiro jogado fora que poderia muito bem ser investido na área da Saúde, que todos sabemos, é o ‘calcanhar de Aquiles’ do senhor Antônio Aiacyda.
Agora, o que mais me deixou impressionado foi o slogan: ‘Eu amo Mairiporã”. Diante de tudo o que se viu em quatro anos do atual prefeito, dos mandos e desmandos, da desbragada publicidade que ainda segue fazendo, da falta crônica de investimentos na saúde, na mobilidade urbana e na escandalosa alta nos impostos, e fico nesses três exemplos dos muitos problemas que temos, me pergunto o que seria de nós, mortais, se sua excelência não amasse Mairiporã.
Ao afirmar publicamente que ama Mairiporã, e a cidade está como todos sabem, seria um pesadelo imaginar se o sentimento do prefeito não fosse esse. Conjugar o verbo amar é um dos artifícios que políticos usam para impressionar os incautos, e me remete aos anos 1920, quando prefeituras não tinham dinheiro para solucionar o problema de suas populações e a saída era construir uma ‘fonte luminosa’. Não servia para nada, mas impressionava.
O nosso monumento na rotatória da cidade é justamente a ‘fonte luminosa’ dos tempos atuais.