Quase três a cada dez moradores da cidade estão com as contas atrasadas

Quase três (2,77) a cada dez moradores de Mairiporã estão com as contas atrasadas. São 28.751 inadimplentes, em um universo de 103.645 habitantes. Os números são da Serasa e evidenciam o reflexo da inflação em alta, redução da massa salarial intensificada pela pandemia da Covid-19 e diminuição da renda.

O processo até chegar à inadimplência, segundo a Serasa, envolve quatro etapas. Primeiro, o atraso de contas. Depois, a cobrança do débito pelo credor. Na sequência, o prazo e o informe da negativação e, por último, o nome negativado.

De acordo com o último Mapa da Inadimplência e Renegociações de Dívidas do órgão, em julho, Mairiporã apresentava 28.751 pessoas em situação de inadimplência, seja pela baixa renda ou por falta de educação financeira.

O total de dívidas chega a 113.276, com valor médio por pessoa de R$ 4.221,00, enquanto o valor médio de cada dívida é de R$ 1.071,00. Na soma geral de todas as dívidas no município, o valor é de R$ 121.368.087,50.

Pandemia – Economistas que analisam os dados globais do País, asseguram que esses números têm seguido estável com alguns crescimentos em relação à inadimplência, porém o que aumentou bastante, desde o início da pandemia, foi a quantidade de famílias que tomaram crédito, que recorreram a empréstimos e se endividaram.

O que preocupa, segundo enfatizam, não é que o endividamento se deu para investimentos como compra de bens (casa e carro), mas para o custo de vida basicamente.

País – Em nível nacional, de acordo com o Serasa, o endividamento das famílias brasileiras chegou a 72,9% em agosto, segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O percentual passou julho (71,4%) e agosto do ano passado (67,5%).

Dificuldades – As famílias de classe mais baixa são as que mais sofrem para quitar as dívidas durante a pandemia da Covid-19. Mesmo com o auxílio emergencial, a perda de renda e o aumento do preço do combustível, energia elétrica e de alimentos básicos fizeram a inadimplência disparar.

São muitos os casos em que as famílias usaram e usam o auxílio emergencial para comprar alimentos, em detrimento de dívidas com cartão de crédito, por exemplo, quadro leva ao acúmulo ainda maior com bancos e lojas. (Foto: Marcello Casal Jr./ABR)