Quanto mais se vota, mais se erra

Nestes tempos dar uma boa passada de olhos no site do Tribunal Superior Eleitoral é leitura quase que obrigatória para quem quer estar antenado com as eleições em Mairiporã.

Confesso que me espantei com a quantidade de nomes desconhecidos, pelo menos nos meios midiáticos, que vão em busca de uma vaga na Câmara. Se terão chances ou não, difícil mensurar, até pelo desconhecimento que tenho em relação a essas pessoas.

Dos atuais vereadores, 10 já estão confirmados na tentativa de continuar por mais quatro anos e outros 14, até onde consegui contar, são ex-vereadores que procuram uma forma de voltar à Casa Legislativa. Aqui também não posso medir a força que têm, depois de quatro anos afastados.

Um terceiro grupo é formado por pessoas conhecidas, algumas já veteranas nas urnas, mas que nunca desistem. Tem candidato que já disputou quatro e até cinco vezes uma lugar na Câmara, e a cada quadriênio voltam com as esperanças renovadas.

Esse trio, podemos assim dizer desses grupos que citei, vai disputar voto a voto a preferência do eleitor e não poucos devem lançar mão de todos os meios possíveis para lograr o intento. Isto é, aquele conhecido ‘vale-tudo’, só não vale perder.

Há alguns nomes interessantes dentre os que já estão constando no site do TSE, mas é a minoria da minoria.

O editor deste semanário, não poucos vezes, escreveu que a cada legislatura a composição da Câmara piora. Estou inclinado a concordar com ele, pois ao menos a atual, que encerra mandato em dezembro, se não é a pior, está entre as três que pouco ou quase nada representaram os segmentos organizados da sociedade.

Fica a torcida para que o eleitor saiba escolher, o que também não acredito, pois no Brasil a máxima do que “é votando-se que aprende’, não vingou. Fica a sensação de que quanto mais se vota, mais se erra.

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988