Pesquisa identifica as principais desculpas de motoristas imprudentes no trânsito

A ARTERIS, pelo segundo ano consecutivo, realizou pesquisa nacional sobre o comportamento de motoristas no trânsito. Em 2017, o estudo examinou as principais desculpas dadas por motoristas ao admitir comportamento de risco.

O estudo abordou quatro eixos de análise – uso do cinto de segurança, direção após o consumo de bebida alcoólica, excesso de velocidade e utilização do celular ao volante. O único que apresentou melhoria em relação aos dados coletados no ano passado foi o cumprimento aos limites de velocidade. Neste ano, 59,3% dos entrevistados declararam sempre respeitar os limites de velocidade estabelecidos, enquanto em 2016, o percentual foi de 51,3%. Para os demais eixos, não houve variação estatística significativa.

Mesmo cientes dos riscos e da legislação vigente, condutores imprudentes acreditam que desculpas como pressa, falta de atenção, trajetos de curta distância ou até mesmo a confiança na capacidade de guiar após ingerir bebida alcoólica justificam posturas incorretas no trânsito, que coloca em xeque sua própria segurança e de outras pessoas.

Esse tipo de atitude reforça a tese de que é preciso investir, cada vez mais, em ações para sensibilizar e educar para que, de fato, as estatísticas sejam revertidas e a insegurança no trânsito deixe de ser uma das principais preocupações globais da atualidade. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 1,25 milhão de pessoas perde a vida no trânsito, por ano, ao redor do mundo. No Brasil, cerca de 40 mil óbitos a cada ano são registrados conforme os dados do Ministério da Saúde.

A pesquisa traz alerta para pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas para que observem as condutas e adotem atitudes mais prudentes no trânsito.

A pesquisa foi realizada entre 15 e 27 de julho, com 2.686 motoristas, das cinco regiões do País, que responderam a um conjunto de perguntas sobre o seu próprio comportamento no trânsito. O levantamento retrata a distribuição no território nacional de condutores e a margem de erro é de 1,9%.

Os números da pesquisa

Celular – A infração mais recorrente identificada na pesquisa é o uso do celular ao volante. A maioria dos motoristas brasileiros (51,9%), mesmo ciente da proibição, faz uso do telefone enquanto dirige. As principais desculpas foram o uso de aplicativos (37,7%) e a realização ou recebimento de ligações importantes ou urgentes (36,1%).

Cinto – O cinto de segurança é um dispositivo de uso obrigatório, tanto no banco da frente, quando no de trás, e uma proteção vital em caso de acidentes. Além disso, não utilizá-lo configura infração grave, podendo render cinco pontos na carteira de habilitação e multa. A pesquisa revelou que 91,1% dos condutores brasileiros usam o dispositivo.

Bebida – Desde o ano passado, a punição para os motoristas flagrados dirigindo após o consumo de álcool se tornou mais severa no Brasil. A multa, hoje, ultrapassa R$ 2 mil. Mesmo assim, 25,6% dos condutores brasileiros afirmaram dirigir, ainda que raramente, após a ingestão de bebidas alcoólicas.

Quando questionados sobre o motivo deste comportamento, 25,6% disseram que conduziram o veículo porque estavam sozinhos ou porque era a única pessoa que poderia dirigir naquele momento; 20,9% porque acreditam que a quantidade ingerida não altera sua condição de dirigir, e 13,9% porque os trajetos percorridos eram curtos. O mais alarmante é que 99,1%, ou seja, praticamente todos os entrevistados, demonstraram ciência sobre a proibição legal de dirigir após a ingestão de álcool.

Velocidade – O excesso de velocidade favorece a perda de controle do veículo e pode aumentar a gravidade das colisões e das lesões das vítimas. Está caracterizado como infração gravíssima no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e é a segunda infração mais recorrente entre as quatro analisadas no estudo. No levantamento, 40,7% dos motoristas admitiram exceder os limites de velocidade e, para esses, as três principais desculpas apresentadas foram a pressa (28,7%), os limites de velocidade baixos (13,4%) e a falta de atenção (11,3%).