Performance medíocre

A legitimidade conquistada pelo voto popular contrasta com o comportamento dos vereadores de Mairiporã, especialmente durante os trabalhos legislativos, cujas ações são mais visíveis à população do que o dia a dia nos refrigerados gabinetes. O Poder Executivo, que deveria ser fiscalizado, é tratado como se fosse o senhor absoluto das ações. Ou seja, o prefeito não tem defeitos e seu governo corre às mil maravilhas.
Questionamentos de boa parcela da sociedade são feitos todos os dias, com perguntas que os senhores vereadores têm obrigação de responder: a) foi para repetir e tomar como exemplo o ‘nada’ que foi feito por composições legislativas anteriores? b)Sete novas promessas políticas foram eleitas para perpetuar a performance medíocre, como a que se viu até aqui?
É função constitucional do legislador, seja ele da Câmara, Assembleia Legislativa ou Congresso Nacional, se posicionar segundo suas crenças e o desejo da maioria. Jamais deixar que intimidação ou qualquer ato do gênero mude suas convicções ou comportamento, nem mesmo as barganhas por cargos a cabos eleitorais. O que a cidade, no nosso caso, precisa, é de lideranças autênticas e corajosas, e não um parlamento que se curve, como tem ocorrido nestes cinco meses, às vontades e benesses emanadas do Executivo.
Se as atitudes de subserviência dos senhores edis virar regra, e parece que vai percorrer o mesmo caminho dos antecessores, passaremos mais quatro anos sem um legislativo atuante, com espaço aberto para aventureiros com discursos que agradam ouvidos moucos e causam estragos irreparáveis à cidade.
O que parece não ter ficado claro aos vereadores, especialmente aos sete neófitos, é que a Câmara é a instituição detentora da legítima delegação popular para decidir o que for melhor para a comunidade. Nenhum dos eleitos recebeu representação do povo para aceitar tudo aquilo que o Executivo determina. Até aqui, a Câmara tem discutido e debatido assuntos irrelevantes, chamados de ‘perfumaria’.
Essa conotação de que o vereador é um mero despachante de causas sociais não pode prosperar. A cidade espera mais.