Uma parcela considerável da população brasileira, para não dar a conotação de maioria, mescla ignorância com imbecilidade, o que não chega a ser surpresa. Basta ver os políticos eleitos a cada dois anos (municipais e estaduais e federais). Sempre os mesmos, com décadas em diferentes parlamentos e conhecidos pela prática nada nobre de se servir do dinheiro público para uso privado. Em países mais sérios, seriam enquadrados como ladrões.
O comportamento da sociedade, com o advento da pandemia do novo coronavírus, elevou esse grau de adjetivos nada louváveis a patamares inimagináveis, e tornou-a presa ainda mais fácil para autoridades corruptas, que transformaram a doença em um escoadouro de dinheiro, políticos que se aproveitam da situação de olho em futuras eleições, e parte de uma imprensa que, com seus interesses feridos, também pelo dinheiro público, se tornou ainda mais panfletária.
Há mocinhos, mas o número de bandidos é muito maior nessa questão da pandemia, que não rouba apenas dinheiro, mas vidas. A vilania parece ser o único protagonista dessa história macabra que assolou o País.
Num Brasil de pouca leitura, nenhum interesse pelos problemas e pela política, mas cheio de oportunistas, vagabundos e corruptos, a pandemia da Covid-19 é a versão moderna da caça ao tesouro, transformada em espetáculo midiático. Rádios, TVs, jornais e redes sociais só divulgam o novo coronavírus e a ele atribuem todos os males da humanidade. Ninguém mais morre com problemas cardíacos, hepáticos, renais, velhice, bala perdida, homicídios, latrocínios, ou vitimados por acidentes, não! Todos morrem pela Covid-19. A coisa chegou a tal ponto, que tem mãe ameaçando o filho: “se você não comer, o coronavírus vem te pegar”.
Em meio a esse espetáculo dantesco, um contrassenso: quanto mais a mídia fala, critica, especula, recomenda e ‘dá conselhos’, a massa, ignara ou não, decide dar de ombros e ir em sentido contrário. Chega a ser uma relação diabólica.
O resumo dessa ópera bufa é que os espertos (políticos, mídia, laboratórios, governantes) ganham e o povo imbecilizado paga a conta. Com a vida ou não! Pela Covid-19 ou não!
