Aumento de até 37% nos salários dos policiais do Estado foi a recomendação feita anteontem pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, que também enfatizou a necessidade de aumento nos efetivos das policias Millitar, Civil e Técnico Científica, que estão defasados.
De acordo com a Ouvidoria, a remuneração atual das três corporações está na contramão do trabalho exercido e, por isso mesmo, é desproporcional. Benedito Domingos Mariano, o Ouvidor, salientou que a função policial é fundamental para a atividade do Estado, porém isso não se expressa nos vencimentos da base da polícia. Segundo seu relato, São Paulo é o Estado mais rico da Federação, porém os policiais, em média, ocupam o 23º lugar no ranking nacional, e a proposta é que a remuneração seja equivalente ao menos ao 4º lugar.
Estudos apontam que a menor remuneração de um policial civil é R$ 3.596,62, equivalente ao salário, mais 100% de RETP (Regime Especial de Trabalho Policial) e mais adicional de insalubridade. A proposta da Ouvidoria é subir o rendimento para R$ 4.322,96, reajuste de 20,20% e mais R$ 726,34.
Os mesmos valores seriam aplicados aos salários na Polícia Técnico Científica.
O aumento é ainda maior para a Polícia Militar. Segundo a Ouvidoria, a remuneração inicial de um militar é de R$ 3.143,71, que saltaria para R$ 4.308,44, reajuste de 37,05% e mais R$ 1.164,73.
Essa proposta depende de mudança na legislação do Estado, e a proposta de aumento salarial da Ouvidoria custaria R$ 1,6 bilhão por ano aos cofres do
Para viabilizar o reajuste a partir de 2019, o ouvidor sugere a criação do Fundo Estadual do RETP, que seria subsidiado por receitas de loteria estadual (ainda a ser criada), parte dos recursos do ICMS após criação da Nota Fiscal Paulista e arrecadação por serviços de policiais militares em jogos de futebol, show e outros.
