Gasto médio com ceia natalina será de R$ 425

AS FAMÍLIAS de Mairiporã pretendem desembolsar uma média de R$ 425 com a ceia natalina deste ano. Para a maioria, o valor deverá permanecer o mesmo em relação ao ano passado, o que é resultado da estagnação do cenário econômico e do próprio mercado de trabalho.
Os dados são de levantamento realizado pela reportagem, sobre a intenção de compras, realizado com 45 famílias de mairiporã, 27 de Terra Preta e 18 na Serra da Cantareira, nos dias 6 e 7 deste mês.
Apesar de, na média, o valor gasto chegar a R$ 425, os números apontaram que 9% dos entrevistados pretendem desembolsar até R$ 100; 69%, entre R$ 100 e R$ 500; e 22% pretendem gastar mais do que R$ 500. Além disso, 51% do total afirmaram que vão gastar a mesma quantia que no ano passado, sendo que 36% vão desembolsar mais e, 13%, menos.
Levados para um analista econômico que reside na cidade, Paulo Sales Cunha Ribeiro, os números são “um reflexo da retração de massa salarial e também do nível de emprego, que é o que a gente observa no presente”. Ele completou que eles também mostram “que o poder de compra na cidade ainda não foi recuperado”.
Embora a inflação acumulada nos 12 meses até novembro, de 3,27%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), não esteja nos patamares mais altos, a expectativa é a de que mesmo com a intenção de gasto similar à de 2018, as pessoas deverão acabar consumindo menos na refeição de Natal, ou seja, talvez em volume menor e qualidade inferior, o que significa dizer que as pessoas vão continuar comendo panetone, mas um de marca mais barata. E as frutas da época, mas as de menor preço. As famílias devem ter a composição e a quantidade dos produtos da ceia alterados.
Em relação aos principais itens que estarão presentes na mesa das famílias mairiporanenses na ceia natalina, a ave assada, que pode ser um chester ou peru, será obrigatória para 74% do total. Em seguida, aparecem frutas (69%), pernil assado (66%), farofa (61%) e panetone (60%).
Mesmo com o valor da carne bovina em alta, inclusive sendo a principal impulsionadora da inflação de novembro, ao registrar alta de 8% no mês e 12% no ano, a opção pela ave não deve ser impactada, mas sim o churrasco da véspera ou do almoço do dia seguinte. Se for feito, será com uma menor quantidade do que nos anos anteriores, assim como com qualidade inferior dos cortes.
Presentes – Conforme divulgado pelo Correio na semana passada, o valor médio que os consumidores estão dispostos a pagar por presente é de R$ 132. O montante representa uma queda real (já com a inflação descontada) de 21,5% em relação ao Natal de 2018. Os gastos totais de uma família (o que inclui mais de um presente) chegarão a R$ 406 em média, ou queda de 4%. Cenário que mostra que as famílias preferem cortar o valor desembolsado com o presente em vez dos itens para a ceia.