Cresce número de golpes aplicados pelo WhatsApp em Atibaia

Os crimes de estelionato utilizando WhatsApp tem crescido em todo o país e em Atibaia não é diferente. O mais comum deles é a clonagem do aplicativo da vítima e a utilização da lista de contatos para pedidos de dinheiro a parentes e amigos, como se fosse a vítima passando por uma emergência e precisando do dinheiro.
O delegado titular de Atibaia, Dr. Sebastião Alves de Oliveira, alerta que houve crescimento nesse tipo de estelionato. “O golpe mais comum tem sido exatamente esse na atualidade, porém, acredita-se que muito em breve haverá redução dessa modalidade, porque esse modo de agir está se tornando muito conhecido entre as pessoas, que por isso já se mostram mais atentas aos pedidos de dinheiro. Nós percebemos que alguns crimes de estelionato são temporários e tendem a praticamente desaparecer quando a maneira de agir torna-se conhecida. É o que vem ocorrendo com o golpe do ‘falso sequestro’”, destaca.
A forma mais comum de ocorrer a clonagem é com envio de código de seis dígitos. Os golpistas têm várias maneiras de atrair as vítimas. Uma delas é criando páginas falsas em redes sociais, em nome de empresas que existem. Nessas páginas, ou há promoções falsas de produtos ou sorteios falsos de brindes.
Quando a vítima entra em contato interessada no produto ou no sorteio, os golpistas pedem o número do WhatsApp da pessoa e os dados pessoais. Eles então enviam por SMS um código de verificação de seis dígitos, dizendo ás vítimas que é uma confirmação ou da participação do sorteio ou da compra. Esse código, na realidade, é a verificação do WhatsApp para que o aplicativo seja instalado em outro aparelho celular (no caso, o celular dos golpistas). Se a pessoa passa para os golpistas o código, eles conseguem instalar o WhatsApp da vítima, com toda a lista de contatos dela. A partir da clonagem do aplicativo, os golpistas entram em contato com parentes e amigos das vítimas, fingindo estarem em uma emergência e pedindo depósitos em dinheiro.
Muitos, acreditando tratar-se de algum parente ou amigo com necessidade, acabam depositando dinheiro para os golpistas.
O Procon-SP tem feito alertas aos consumidores para não enviar o código de seis números. Outra dica é habilitar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp: clicando em “configurações”, “conta” e “verificação em duas etapas”. Com ela, mesmo que alguém tenha acesso ao código de seis dígitos do aplicativo, a tentativa de clonagem ainda precisaria de uma senha criada pelo dono da conta.
De acordo com o secretário de defesa do consumidor, Fernando Capez, os golpes pela internet e por redes sociais explodiram nesse momento de pandemia de Covid-19. “É preciso que o consumidor desconfie sempre, redobre a atenção e nunca forneça senhas ou sequência de números”, alerta. Caso tenha sido vítima deste golpe, a pessoa deve entrar em contato com support@whatsapp.com e pedir a desativação temporária da conta.
O delegado de Atibaia, Dr. Sebastião, também recomenda que as vítimas sempre registrem boletim de ocorrência. “É através da notícia do fato e de suas circunstâncias que o crime pode ser investigado e combatido. Esse tipo de boletim de ocorrência pode ser feito pela internet, no site da Delegacia Eletrônica da Polícia Civil”, ressalta.
Em Atibaia, o Setor de Investigações Gerais, sob o comando do delegado Dr. Elton Costa, já conseguiu identificar autores desse tipo de crime, por meio do rastreamento da conta do beneficiário do dinheiro. Dr. Sebastião afirma que investigados não são moradores da cidade e estão respondendo a inquérito.

“A principal orientação é evitar, se possível, a exposição de sua linha telefônica em redes sociais. Porém sabemos que muitos o fazem porque precisam para fins comerciais. Seria importante avisar para os seus contatos que não aceitem qualquer solicitação de dinheiro através do aplicativo, justamente em razão desse tipo de crime. Em qualquer sinal de clonagem, comunique sua operadora de telefonia e registre o boletim de ocorrência”, orienta o delegado.
O Procon-SP dá também algumas dicas, entre elas, não fornecer dados, senhas, códigos etc.; não acreditar em ofertas de ajuda, sorteio, dinheiro etc. enviadas pelo WhatsApp, redes sociais, e-mails e não clicar nesse tipo de link; não confiar e não compartilhar links e informações dos quais não tenha certeza da origem; não preencher formulários que não estejam nos sites oficiais; baixar aplicativos apenas das lojas oficiais. (Reportagem publicada no jornal O Atibaiense) (Foto: InformeBrasil)