Competição

Não me lembro de ter participado de muitas competições em toda a minha vida, muito menos de ter ganhado alguma. Por isso, nem sei se me considero uma pessoa competitiva ou não, acho que nem me importo tanto com isso. Mas, algumas vezes, a gente entra em competições sem nem ao menos perceber.
Estava fazendo um curso aos sábados com uma amiga. Na segunda aula, o professor anunciou que deveríamos fazer um projeto, em duplas ou trios, para aplicar o que havíamos aprendido. No final, o melhor projeto seria escolhido por meio dos votos dos alunos. O prêmio seriam dois livros sobre o tema do curso.
Não vou dizer que estava empenhado em ganhar, apenas queria fazer um bom trabalho (na verdade, estava com medo de ficar entre os piores). Acho até que começamos bem, dividindo tarefas e nos organizado de acordo com as instruções do professor. Contudo, o tempo foi passando e algo como uma pane aconteceu: perdemos totalmente a noção do que deveríamos fazer.
Faltavam uns 30 minutos para o tempo final disponível ao término do projeto. Começamos a detalhar as informações que iríamos apresentar de uma maneira simples, sem empenho em fazer algo extremamente complexo. Quando começaram as apresentações dos outros grupos, já comecei a pensar para qual deles eu daria meu voto. Pensei que o primeiro grupo deveria ganhar, já que haviam feito uma apresentação que parecia mais longa.
Acontece que o tempo da aula estourou e, ao final das apresentações, o professor decidiu que não haveria tempo para uma votação e que ele mesmo escolheria quem ganhou. Me surpreendeu quando ele disse que a nossa apresentação havia sido a melhor e a que mais condizia com o que ele havia passado em aula.
Acho que o fato de termos nos despreendidos da competição e apenas resolver aplicar aquilo que havíamos aprendido nos fez vencer. Às vezes, o menos é mais.