Coluna do Correio 21/7/2017

FRASE
“O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.” (Apparício Torelly, o Barão de Itararé)

LIDERANÇAS (I)
Há um diferencial entre a política praticada aqui e nas cidades vizinhas. Não há, em Mairiporã, um grupo político que se possa dizer que sabe liderar e levar adiante projetos de interesse público. O que temos é caciques que recebem apoio de quatro em quatro anos, durante as eleições para ser mais específico, e que o perdem meses depois da posse dos eleitos. Para não sermos injustos, Mairiporã teve dois grupos ao longo da sua história, que se enfrentaram durante duas décadas: o de Luiz Chamma e o de Maria Zeza.

LIDERANÇAS (II)
Mairiporã não produziu, a partir dos anos 1990, nenhum outro líder político. Os que apareceram foram meia-boca, oportunistas vaidosos, ambiciosos e que tiveram a oportunidade de construir lideranças, mas que acabam engolidos pela falta de talento, soberba, pela ganância, incompetência e por certa dose de covardia. Se olharmos friamente para o universo político local, não encontramos ninguém com perfil de liderança que possa ser uma esperança para o amanhã. E se não há perfil no meio político, temos que voltar os olhos a outros meios de atividade e encontrar alguém que se encaixe nas necessidades do povo.
LIDERANÇAS (III)
Mairiporã não suporta mais os aventureiros, marinheiros de primeira viagem, sem noção e sem preparo algum para a vida pública, muito menos as velhas raposas. A história já nos penalizou muito por isso. Hora de dar um basta.
REFIS
Não há números disponíveis, porque a Prefeitura tem o péssimo hábito de não divulgar nada, e o prefeito de vir a público dar explicações. Mas os comentários nos corredores do Paço apontam para uma arrecadação pífia com o Refis aberto em junho e fechado na última semana. Ainda de acordo com esses comentários, os inadimplentes não conseguiram reverter bom dinheiro aos cofres públicos. As expectativas ficaram muito além do que o governo esperava.
LEVANTAMENTO
Em várias cidades do Estado os representantes do Ministério Público cobra um levantamento sobre o grau de instrução dos funcionários comissionados (sem concurso) em prefeituras e câmara. O alvo são aqueles que não têm curso superior. Em Mairiporã não se tem notícia sobre medida semelhante. Se houver uma fiscalização séria e de acordo com o que determina a lei, mais da metade dos apadrinhados vai perder o emprego.
REALIDADE
Vereadores que em outras gestões buscavam recursos no eixo São Paulo-Brasília, nem sequer foram a essas cidades cobrar deputados e senadores para que destinem emendas parlamentares a Mairiporã. Os reeleitos acreditam que não vão conseguir nada, e os neófitos nem sabem por onde começar. Retrato cruel da nossa Câmara.
PRESTAÇÃO
O amigo leitor já imaginou que tipo de literatura um vereador pode produzir se resolver divulgar um balanço dos primeiros seis meses de atuação legislativa? É melhor ciar só na imaginação.
FESTINHA
Vereadores e funcionários da Câmara organizaram na quinta-feira da semana passada uma festinha junina nas dependências legislativas. O evento já é tradicional. Mas antes mesmo de iniciado, uma séria recomendação foi feita aos políticos, em tom grave e com exigência de cumprimento: que ninguém falasse sobre quadrilha, dança típica do evento.
ATUAÇÃO
Merece todos os elogios a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mairiporã, que se mostra atenta e atuante na defesa dos interesses do município.
MAMATA
Se o novo texto da reforma política for aprovado, os vices – prefeito, governador, presidente – estão com os dias contados. Fim da mamata. É o que propõe o relator da reforma política, deputado Vicente Candido (PT-SP). Argumento é de que os vices custam hoje aos cofres públicos R$ 500 milhões anuais. Em Mairiporã, o vice é mera figura decorativa. Mas custa algo em torno de R$ 12 mil por mês.
PRESIDÊNCIA
Se confirmada a extinção da figura do vice, a disputa pela presidência da Câmara passará a outro patamar e certamente vai acirrar os ânimos entre vereadores e deputados estaduais e federais, já que eles, os presidentes das casas legislativas, é que serão os eventuais substitutos de prefeitos, governadores e presidente da República.
EVASIVO
Quando perguntado sobre as eleições de 2018 e 2020, o prefeito Antônio Aiacyda (PSDB) se mostra evasivo e não fala nada. Embora demonstre interesse com os rumos políticos, principalmente no que diz respeito à sua sucessão, prefere o silêncio. Os mais próximos a ele parece que mudaram de opinião e já falam que ele mesmo, o prefeito, será candidato à reeleição, e não seu filho, atual secretário de Obras. Também não se fala mais na possibilidade do filho vir a ser candidato a deputado. Isso pode ser reflexo do péssimo conceito que seu governo goza após seis meses no comando da cidade.
GESTÃO
Comentário feito numa roda de ‘analistas’ políticos que se formam aos borbotões pela cidade: “Alguém precisa avisar ao prefeito que ‘gestão’ não é um gesto grande.”
NOMEAÇÃO
Cada um dá o que tem, já dizia o título de um filme de pornochanchada dos anos 1970. Portanto, não é de se estranhar qualquer das nomeações que Aiacyda faz em seu governo. Mas não tinha ninguém com melhor currículo para assumir a responsabilidade de comandar a Biblioteca Municipal?