Coluna do Correio

TUDO NOVO

Ao que parece a troca de comando na Câmara vai mesmo provocar mudanças profundas no Legislativo. Os vereadores parecem ter se conscientizado de que é preciso atuar de forma diferente de tudo o que se viu nos primeiros dois anos, o que levou a população a tecer pesadas críticas aos parlamentares. Segundo informações de bastidores, vão ser mudanças não só no comportamento dos edis, mas também na forma de executar as funções. O presidente Ricardo Barbosa, ainda segundo as informações, decidiu que a Câmara não pode seguir apenas como apêndice do Executivo, como visto há mais de 20 anos.

 

As informações são contraditórias, mas no Palácio dos Bandeirantes a informação é que o governador João Dória cancelou despesas do seu antecessor, Márcio França, e suspendeu uma gama de decretos e contratos. Se verdadeira a assertiva, certamente a implantação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) em Mairiporã vai ficar restrita ao papel. De quebra, o interesse de Caieiras em ser a cidade sede para o AME na região. Como Mairiporã não tem deputado, sua representatividade junto ao governo é zero.

DEMANDAS

A decisão do prefeito Aiacyda, líder máximo do PSDB na cidade pelo menos até outubro do ano passado, de embarcar na canoa furada do então governador Márcio França, em flagrante traição ao PSDB, fez com que todos os vereadores tucanos também ficassem de saia justa. E agora, como encaminhar ao Palácio dos Bandeirantes demandas em favor da cidade?

DINHEIRO (I)

Nos primeiros dois anos da atual gestão os recursos orçamentários destinados à Câmara foram irreais. Ao final de 2017 o Legislativo devolveu algo em torno de R$ 2 milhões aos cofres municipais, e no ano passado, R$ 1,15 milhão. A pergunta é: ou o orçamento da Câmara é superdimensionado e precisa ser revisto, ou o erário vai continuar esperando pelo final de cada exercício para receber de volta recursos que não foram utilizados. Não seria mais inteligente reduzir a estimativa orçamentária do parlamento municipal? Por que esse montante considerável de dinheiro dormir meses a fio na conta bancária da Câmara?

NOVA SEDE

As devoluções feitas pela Câmara aos cofres da Prefeitura nos últimos 10 anos daria com folga para que o Legislativo construísse uma sede decente, sem puxadinhos e gabinetes minúsculos, sem necessidade de reparos constantes no telhado e com a possibilidade de avanço tecnológico, como por exemplo, um painel eletrônico de votação, dentre outros equipamentos necessários. Se o dinheiro sobra, por que não construir um novo prédio para abrigar a Câmara? Mas bem longe da Prefeitura.

EFEITO CASCATA

Ainda não há informação sobre o assunto, mas é provável que o reajuste repassado ao IPTU deste ano provoque efeito cascata e chegue até a Contribuição de Iluminação Pública, que vem embutida no carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano. É aguardar e conferir.

PERFUMARIA

O site da Prefeitura é pródigo em perfumarias. Muitos eventos, muito oba-oba e os velhos problemas de sempre no mesmo estágio, ou seja, sem solução. Saúde ruim, falta de vagas em creches crescente, segurança caótica, funcionalismo sem o Plano de Cargos e Salários, máquina administrativa inchada, infraestrutura diminuta de esgoto, caminhões-pipa ainda em uso para levar água a dezenas de bairros, mobilidade urbana sem nenhum projeto em vista e por aí vai. Mas o site está firme e forte, com muita notícia sem nenhum interesse para a população. Algumas até que sim, mas a grande maioria, perfumaria pura. O último estardalhaço do site é a vinda, a Mairiporã, do The Black Circus. Isso não lembra um antigo ditado romano?

PRIVATIZAÇÃO

Pelo andar da carruagem o Governo do Estado de São Paulo vai mesmo privatizar a Sabesp. Resta saber se os contratos renovados entre a concessionária do saneamento básico e as cidades vão ser cumpridos. Taí um assunto que o prefeito, embora não goste de temas complexos, deveria se preocupar desde já.

VERDE-VERMELHO

Pode parecer piada, mas é triste realidade. Mairiporã tem 80% de seu território considerado como área de proteção aos mananciais. Possui uma represa que abastece mais de 7 milhões de paulistas e parques ecológicos. Mas isso fica restrito ao papel. A cidade não tem uma política pública para o meio ambiente e isso, mais uma vez (doze anos seguidos) ficou evidenciado na divulgação do ranking dos municípios paulistas, partícipes do Programa Selo Verde-Azul, que certifica aqueles que cumprem dez diretrizes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Os que receberam o certificado obtiveram 80 pontos ou mais. Mairiporã, até de forma criminosa, chegou aos 27. E o leitor nem perca tempo de pensar que alguma autoridade local está preocupada com isso.

NOTIFICAÇÕES

A Imprensa Oficial do Município segue divulgando notificações de veículos abandonados pela cidade. Quem não conhece Mairiporã fica com a impressão de que ela poderia ficar nacionalmente conhecida como ‘Cidade Cemitério de Automóveis’. Nas duas edições da Imprensa este ano, 14 proprietários foram notificados. Centenas foram contabilizadas no ano passado. A coisa vai longe.