Coluna do Correio 1/12/17

FRASE
“Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades.” (Charles Tocqueville, pensador político e estadista francês)

RETROCESSO (I)
O PSDB, ao final de dezembro, terá completado 9 anos à frente do governo municipal. Qualquer análise, por mais superficial que possa ser, conclui que nesse período a cidade nada avançou. Seus problemas seguem os mesmos e, em alguns casos, apresentaram piora. Moradores assustados diante da alta criminalidade, a crônica falta de água e uma diminuta rede de esgoto, que é um verdadeiro atentado à saúde pública, área da Saúde que é o caos, principalmente para quem depende do SUS, a inexistência de projetos para a mobilidade urbana (que castiga a população), são alguns que podem ser elencados. Nessa triste realidade não se pode omitir ações judiciais contra o prefeito. Se o leitor voltar no tempo e conseguir um jornal de vinte anos atrás vai achar que Mairiporã parou em algum lugar do passado.

RETROCESSO (II)
Se as gestões do PSDB são limitadas, as composições legislativas não ficaram longe disso. A atual, que deu esperança à sociedade diante de uma renovação que não se via desde 2000, se mostra a pior de todas. A falta de liderança política, de fiscalização aos atos do Executivo, o comodismo em assistir tudo o que emana do andar de baixo do Palácio Tibiriçá e o não questionamento de ações que ou estão no Judiciário ou no Tribunal de Contas, dimensionam o quão ineficiente é o parlamento municipal e nos dá a quase certeza de que nada vai mudar até 2020. O Executivo é o mesmo de anos atrás, sem perspectiva de mudança, mas o que não se aceita é um Legislativo inoperante, solidário a tudo aquilo que é feito pela Prefeitura.
PMDB
Conta o folclore politico que a cidade não se desenvolve por contra de uma praga que um padre teria lançado sobre a cidade ainda nos tempos dos coronéis. E o PMDB, que raramente teve representação na Câmara Municipal, também parece sofrer de algo semelhante. Acaba de ficar sem o único representante que possuía. O PSC, através do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficou com a vaga que ao final das eleições do ano passado fora dada ao PMDB. Saiu Nando Ribeiro e entrou Pastor Cícero. Seria praga lançada ainda nos áureos tempos de dona Zeza, a maior peemedebista que a cidade já teve?
DE OLHO
O Orçamento da Câmara no ano passado foi de R$ 8,84 milhões e ao final de doze meses a devolução aos cofres da Prefeitura foi aproximadamente de R$ 300 mil. Na oportunidade, a Câmara ainda vivia a farra dos carros, dos motoristas, das ‘muitas’ reformas feitas no prédio e dos muitos assessores que possuíam os edis. O orçamento deste ano é de R$ 8,27 milhões, mas os gastos, pelo menos na teoria, devem ser infinitamente menores, pois não há mais 13 carros, nem 30 assessores em cargos de comissão e, até onde se sabe, não houve obras no prédio. Será no mínimo curioso saber o quanto foi economizado e o montante que será devolvido em 31 de dezembro.
DECRETO
A Prefeitura publicou em sua edição da imprensa oficial do dia 25 último, que nos dias 22 e 29 deste mês não haverá expediente, por conta dos feriados de Natal e Ano Novo.
CESTA
Também na mesma edição trouxe em destaque notícia de que o prefeito (paternalismo exacerbado) vai distribuir ‘uma nova e melhorada’ cesta de natal aos servidores. Para ilustrar a nota, colocou uma foto de uma conhecida marca de panetone. Seria cômico, se não fosse trágico.
PÃO E CIRCO
O imperador romano Vespasiano disse certa vez que o povo gostava de ‘pão e circo’. Ao que parece nada mudou da Roma antiga até os dias de hoje. Os governantes romanos eram hipócritas e corruptos. Os nossos também são.
SABEDORIA
Conversa de botequim ás vezes produz pérolas que vão além da filosofia. Esta foi ouvida no último final de semana: “A cidade progride à noite, enquanto os políticos estão dormindo”. Nada como uma ‘branquinha’ para ativar a veia filosófica da sabedoria popular.
ANO NOVO
Quem espera que o governo Aiacyda vá dá sinais de mudança pode esquecer. Em crise econômica profunda, pesquisa do Senado aponta que o investimento nacional no setor público voltará ao patamar da década de 1990.
FRASE
A frase que abre a coluna de hoje nunca foi tão verdadeira. Que o digam os eleitos na cidade em outubro do ano passado.
BRASIL
Veja a que ponto chegou a política neste País. O filho pergunta para a mãe: – Mamãe, lá na Rio, ladrão rouba desde Garotinho? – Não meu filho, rouba desde Cabral. – Então eles têm mão grande? – Não meu filho! – Tem Pezão…