Coligações partidárias geraram desequilíbrio nas composições da Câmara

A HISTÓRIA das composições legislativas da Câmara Municipal revelam que as coligações partidárias, permitidas até 2016, foram responsáveis pela mudança de realidade entre a vontade do eleitor expressa nas urnas e aqueles que acabaram eleitos, mesmo com votações menores.
No pleito de 2016, as coligações levaram ao parlamento municipal um vereador de partido que hoje conta com apenas 29 filiados, o Rede, e deixou a maior legenda da cidade, com 1.553 inscritos, o MDB, sem representação política.
Essa estranha combinação, que agora não é mais permitida, tem inúmeros exemplos nas eleições proporcionais em Mairiporã ao longo de sua história.
O MDB, que tem o maior número de filiados há mais de quarenta anos, não está sozinho nessa incômoda situação: outros tantos que possuem maior número de eleitores inscritos, na comparação com o Rede, não conquistaram nenhuma cadeira.
Dentre as agremiações com contingentes expressivos de filiados e que não elegeram vereador em 2016 estão o MDB, o PL (que agora conta com uma bancada de 3 edis por conta do troca-troca efetivado em abril), o PP, o PT e o PSB (que também foi beneficiado pela mudança de vereadores).
2020 – A história nas eleições deste ano será bem diferente. Estima-se, segundo analistas políticos, que pelo menos 4 ou 5 vereadores não conseguirão ser reeleitos. Uns pelas dificuldades sem a coligação, outros por formação de chapa com muitos ‘caciques’ para poucas vagas.
Essa assertiva, claro, pode mudar depois das convenções, quando se terá a dimensão das reais forças dos partidos e quantos deles estarão na disputa.
Sem as alianças, no entanto, os partidos vão ter que lançar mão de novas estratégias, pois além de estarem sozinhos e com a obrigação de alcançar o coeficiente eleitoral, devem cumprir a lei e cada um reservar a cota de seis vagas para mulheres, dentre o total de 20 candidatos.
Embora cedo, projeções apontam que muitos dos postulantes (inclusive atuais vereadores) com boa votação podem ficar de fora, em detrimento de outros, com menor número de sufrágios.
2016 – Sem as coligações, em 2016, os vereadores Essio Minozzi Júnior (PDT), Doriedson de Freitas (REDE), Carlos Augusto Forti (PTB) e Alexandre Boava (PPS) não teriam sido eleitos. Naquela oportunidade, partidos que elegeram 2 ou 3 representantes teriam bancadas maiores.

Quatro dos atuais vereadores não teriam sido eleitos em 2016 sem as coligações: 
Essio Minozzi Júnior, Carlos Augusto Forti, Doriedson de Freitas e Alexandre Boava