800 crianças esperam por vagas nas creches

SEM investimentos na área de habitação de interesse social desde 2017, Mairiporã registra uma incômoda estatística: quase 800 crianças na lista de espera por vagas em creches. Durante o governo que se encerra em dezembro, o problema se tornou quase insolúvel, e a cada período era maior o déficit de menores em busca de vagas.

A pandemia trouxe agravou o problema para as famílias, pois muitos pais perderam o emprego e mães que pretendiam ajudar no orçamento doméstico se viram impedidas de trabalhar, sem ter com quem deixar as crianças. O segmento teceu severas críticas ao prefeito, principalmente em 2019, pois avaliam que o Executivo não considerou vagas em creche uma questão prioritária.

O déficit de vagas, que fez aumentar muito a demanda, vem de muitos anos, e o que se espera é que a eleição do novo prefeito possa minorar o problema, que parece distante de ser solucionado. Um dos desafios é viabilizar projetos e parcerias que possam zerar a fila, cuja expectativa é ficar maior em 2021.

Em recente reportagem da Rede Globo, sobre a importância de se ofertar vagas às crianças, Karen Justo, pedagoga e professora da educação infantil na rede pública de Fortaleza foi enfática: “Na educação infantil a gente não deve falar em ‘dar aula’, mas sermos os facilitadores que vão proporcionar experiências e também aprender com as crianças”, destacou.

Ela pontua que, atualmente, as teorias mais modernas entendem o papel do primeiro educador, que é a família, do segundo, o professor, e do terceiro, que são as ambientações.

Ela é estudiosa do método Picker (Emmi Pikler, pediatra austríaca viveu entre 1902 e 1984), abordagem que busca o respeito da singularidade de uma infância plural. “Nenhuma infância é igual a outra. E entender a criança, o bebê, como um cidadão de direito, passa por entender que o professor é um garantidor e um validador dos seus direitos. O direito de brincar, de conhecer”, exemplificou.